A História

O berço da produção de Pera Rocha é o Oeste mas a sua popularidade levou-a a outros pontos do país. A pera produzida no Oeste tem certificação DOP (Denominação de Origem Protegida) e é reconhecida como “Pera Rocha do Oeste”.

“Em 1836, o Sr. Pedro António Rocha descobriu por acaso uma pereira diferente na sua propriedade, a Fazenda Rocha, que se situava no lugar da Ribeira de Sintra, região Oeste, perto de Lisboa.”

“Orgulhoso de possuir frutos únicos e de qualidade invulgar, todos os anos em Setembro convidada os amigos a deliciarem-se com as peras. Foi a partir dessa árvore que a variedade se espalhou e ganhou fama. Em homenagem ao seu proprietário, este fruto raro passou a ser denominado Pera Rocha.”

“O seu reconhecimento oficial só acontece 90 anos depois durante o 2º Congresso Nacional de Pomologia, em Alcobaça. O regente agrícola Guilherme Joaquim da Matta fez uma comunicação sobre a Pera Rocha, contando a sua visita à fazenda. “Constando-me que na Ribeira de Sintra várias pessoas afirmavam conhecer a pereira ‘Rocha’ de onde haviam sido tirados os primeiros garfos, ali me dirigi e obtive não só a confirmação do que diziam, como me mostraram na referida fazenda do Rocha a pereira a que se referiam, situada num pequeno valado que separa o pomar da terra lavradia e tendo perto mais quatro ou cinco exemplares de aspeto mais novo. Logo à primeira vista um facto que se me deparou digno de atenção – a robustez da árvore. Encontrava-me, de facto, em presença de um exemplar cuja idade reparei, quer pelo aspeto, quer por informação das pessoas idosas presentes, não inferior a 90 anos”.”

“Guilherme Joaquim da Matta resumia assim os motivos da rápida expansão desta pereira: beleza, “finíssimo sabor” e grande capacidade de conservação.”

DO CAMPO AO PRATO

colheita
A colheita

Na região do Oeste, a apanha da Pera Rocha do Oeste é feita no mês de Agosto. Continua a ser feita de modo tradicional e à mão: agarrando o fruto e inclinando-o ligeiramente no sentido lateral. É tradição os jovens e estudantes ajudarem os produtores na colheita da fruta, época de muito trabalho nos campos da região.

conservacao
A conservação

Depois de colhida, a Pera Rocha do Oeste é guardada com cuidado em caixas de madeira ou de plástico, colocadas ao longo das linhas das árvores. Em seguida, as caixas são transportadas para a central fruteira onde as peras são codificadas por lotes e rotuladas. Seguem, depois, para arcas frigoríficas onde se conservam em atmosfera controlada (entre 0º a 1º graus).

percurso
O percurso

O percurso entre a colheita, o transporte e a conservação dura em média duas horas. Nas câmaras frigoríficas, é possível conservar a pera durante sete a oito meses, desde que em atmosfera controlada.

pontovenda
No ponto de venda

Como é resistente ao manuseamento e ao transporte, mesmo de longa distância, a Pera Rocha do Oeste exibe-se nas prateleiras da grande distribuição durante mais tempo e seu desperdício é, por isso, reduzido. É possível encontrar este fruto entre o início de Agosto e finais de junho nos híper e supermercados, lojas de bairro, mercearias e outros pontos de venda.

Fruta que dá saúde

A Pera Rocha distingue-se pelas suas características únicas, que fazem dela um sabor de Portugal

  Vitaminas A, B1, B2, C e E

  Fibras dietéticas

  Forte concentração de potássio

  Fonte de proteínas

  Poderoso antioxidade

  Recomendada para bebés

TAMANHO
Médio (55-65 mm)
CAREPA
Típico à volta do pedúnculo
FORMATO
Oval e piriforme
COR DA POLPA
Branco
EPIDERME
Fina e lisa
QUALIDADE
Rija, firme, sumarenta e doce, excelente qualidade alimentar
COR
Amarela a verde clara

Informações Nutricionais

(Valores médios por 100g)
ENERGIA

29

calorias
125 joules
PROTEÍNAS

0.2

gramas
ÁGUA

85.5

gramas
CARBOIDRATOS

7.6

gramas
GORDURAS

--

vestígios
FIBRAS DIETÉTICAS

1.7

gramas

Como escolher e conservar

Um ícone português

Em saladas, sumos, iogurtes, bolos, doces, como acompanhamento de diversos pratos ou transformada em licor, a Pera Rocha do Oeste é um ingrediente versátil e adapta-se a qualquer prato.

A Pera Rocha é, não só o símbolo da região Oeste, como tem lugar de destaque na mesa dos portugueses. Em média, cada habitante come 6,3 quilos de pera por ano: é o quarto fruto mais consumido em Portugal.

O seu sabor também viaja além-fronteiras. A Pera Rocha é um dos produtos agrícolas nacionais mais exportados e muito apreciado no Brasil, Reino Unido, França, Alemanha ou Marrocos, os cinco principais destinos das exportações. Cerca de 60% da produção nacional é vendida nos mercados internacionais.

Um fruto versátil

Quando está mais verde, a Pera Rocha do Oeste é crocante. Quando está madura, adquire um tom amarelo, tornando-se mais doce, macia e sumarenta (fundente, na linguagem técnica).

Se não consumir de imediato, e se a polpa não estiver demasiado dura, deve guardar a pera no frigorífico na prateleira inferior, dentro da gaveta de frutas e vegetais. Para que se conserve durante mais de dez dias não a misture com frutos que aceleram a maturação, como bananas e kiwis.

Como qualquer fruta, a Pera Rocha deve ser lavada antes de ser consumida. Pode consumi-la à temperatura ambiente ou refrigerada e a sua casca tem elevadas propriedades dietéticas.

A DOP

  A PRODUÇÃO DA PERA ROCHA DO OESTE DOP ESTÁ CIRCUNSCRITA A 29 CONCELHOS DA REGIÃO 

A Pera Rocha do Oeste foi reconhecida em 2003 como Denominação de Origem Protegida (DOP), selo da União Europeia que certifica a qualidade e tradição de produtos alimentares e agrícolas. O selo garante que a produção se faz num território específico e que todo o seu processo se rege por regras e saberes certificados

O Oeste tem condições ímpares para esta cultura, determinantes para dar a cor, textura e sabor à Pera Rocha. O clima, o relevo, a humidade do ar, o tipo de solo ou o vento influenciam o produto final e a proximidade do mar tem um papel preponderante.

As características físicas, químicas e sensoriais da Pera Rocha do Oeste estão, assim, intimamente relacionadas com a área geográfica de origem, especialmente a diferenciação microclimática específica da região do Oeste e os seus solos, a que se associa o saber fazer dos produtores e os métodos locais de produção.

A área de produção da Pera Rocha do Oeste DOP é de cerca de 10 mil hectares e a utilização do selo depende do cumprimento das regras descritas caderno de especificações . Cabe à ANP, Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha, gerir a DOP e garantir que a produção se mantenha nos moldes tradicionais, respeitando os parâmetros definidos. Um Organismo de Controlo verifica e avalia o cumprimento de todas as regras (a Codimaco).

CONFRARIA

A Confraria da Pera Rocha do Oeste foi criada pela Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha e foi a primeira do País alusiva a fruta.
A escritura de constituição e a I Cerimónia de Entronização foram realizadas nos Paços do Concelho da vila do Cadaval no dia 25 de Maio de 2004.